"Sou pequenina em altura, mas de resto tudo é grande"

Há quatro anos quase foi vetada para repórter de <em>Você na TV</em>. Hoje é um dos principais rostos da TVI, mas não se sente a nova menina bonita do canal de Queluz de Baixo, apesar de sentir o peso da responsabilidade e de não querer defraudar as expectativas em torno de si. Aos 28 anos, Isabel Silva diz ter os pés "bem assentes na terra" e que o seu segredo é ser bem resolvida a nível pessoal.
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De manhã ou à noite, quando é que trabalha melhor?

Tenho muita energia logo de manhã, mas quando fazemos o que gostamos trabalhamos bem a qualquer hora do dia. Ainda assim, é verdade que quando me sinto com mais energia é logo ao acordar.

Portanto, de manhã trabalha melhor.

Sim, de manhã. Neste momento, como estou com a emissão extra do Desafio Final, já me habituei a trabalhar à noite, já não me custa, já passei a fase de adaptação, mas no geral trabalho melhor mal desperto. Gosto de começar o dia cedo.

O que é que tem aprendido a apresentar o Extra?

O Extra para mim está a ser muito bom. Quando me convidaram para o fazer fiquei muito contente por ter oportunidade de mostrar um lado que eu conhecia mas as pessoas não. Tenho esta energia, sou muito extrovertida e brincalhona mas também tenho um lado mais calmo e sereno, que me dá um certo equilíbrio. E fazer a edição Extra foi uma forma de mostrar às pessoas um outro lado meu, mais calmo, mais ponderado.

É confortável para si trabalhar com teleponto?

É, desde que me identifique com o texto que estou a ler. Também gosto muito de improviso, aquilo de que gosto mesmo é ter as linhas gerais e depois ir desenvolvendo.

Usar teleponto não lhe retira um pouco a espontaneidade que a caracteriza?

A espontaneidade também está relacionada com o tipo de programa que estamos a fazer. Neste Extra sou espontânea muitas vezes, mas é um registo completamente diferente. Não deixo de ser espontânea, mas estou num registo mais calmo, e quem está habituado a ver-me num registo mais extrovertido é normal que estranhe. Mas primeiro estranha-se e depois entranha-se.

O que tem sido mais difícil para si?

Não considero que seja mais difícil, mas o mais desafiante é trabalhar até altas horas da madrugada. Deito-me sempre às 03.00, é muito desgastante e extremamente absorvente. Por outro lado, tiro sempre as coisas boas de cada projeto. Conheço um lado da TVI e agora conheço a TVI à noite. É um ambiente mais calmo, mais familiar.

Era mulher para concorrer a um programa como a Casa dos Segredos?

[Prontamente] Não.

Porquê?

Porque não. Quem participa nestes programas é porque realmente se sente preparado para mostrar um lado muito íntimo da sua personalidade. Sou aquilo que sou, mas além de não estar preparada não quero mostrar essa intimidade. Mas é um programa que me dá muito gozo fazer.

Os críticos dizem que um formato como este está esgotado. Concorda?

Não. As pessoas são muito voyeuristas e gostam sempre de saber, de ver. Os concorrentes é que fazem a casa, o público pode estar farto de ver um determinado tipo de concorrentes mas se vier outra edição, com um leque completamente diferente, muda logo a dinâmica. E no fundo este tipo de programa acaba por ser uma novela, mas uma novela da vida real. Acho que este tipo de reality shows vai ser sempre um caso de sucesso.

"Tenho um sentido de responsabilidade muito apurado"

Está pronta para deixar o Extra e voltar a ser apenas a repórter do Você na TV?

Neste momento já não estou no Você na TV, estou no Extra, quando terminar continuo com o Somos Portugal, continuo a ter o programa de sábado com o [Nuno] Eiró. Mas adoro profundamente fazer reportagens. Sinto-me bastante completa por apresentar, mas também porque continuo a fazer reportagem, que é algo que me dá imenso prazer.

Custou-lhe deixar o Você na TV?

Foi um projeto em que aprendi imenso, que me fez crescer muito como profissional e como pessoa. Trabalhar em day time é uma escola excelente e eu tive uma excelente escola desde a produção até à edição de peças, fazia tudo. Estou eternamente grata ao Você na TV, tudo aquilo que sou hoje devo-o à equipa, aos editores, aos colegas de trabalho, aos apresentadores. Só que neste momento estava com outros projetos e não consigo fazer tudo ao mesmo tempo... e tive de acabar por abandonar. Mas é um programa que vai sempre deixar saudades. E se um dia precisarem de mim para fazer uma reportagem ou outra coisa estou sempre disponível.

Curiosamente, há quatro anos o seu nome foi quase vetado para o Você na TV devido à sua falta de experiência em televisão.

Quando entrei para a TVI nunca tinha trabalhado em televisão. Era gestora de produto numa empresa de experiências. As pessoas não conheciam o meu trabalho e, portanto é normal que se sentissem receosas, mas decidiram aceitar-me e comecei quase como estagiária novamente a ler cartas, a ver como é que trabalhavam, até ao dia em que me senti preparada e fui ter com a minha editora e lhe disse que me sentia preparada para começar a fazer reportagem. E, mal disse isto, deu-me logo um tema para trabalhar.

Bruno Santos, diretor de programas da TVI, já disse que é a melhor repórter de entretenimento em Portugal. O que é que sentiu ao ouvir tais palavras?

Profundamente feliz, lisonjeada e orgulhosa. A TVI sempre acreditou em mim e tem-me dado projetos que tenho abraçado com todo o gosto e estou muito grata ao canal, porque tem acreditado em mim. O que tento fazer é encarar todos os projetos com o mesmo entusiasmo, com a mesma responsabilidade e sentir que dou o litro. Ter esse reconhecimento da parte do Bruno, da parte da TVI, é o melhor que posso ter, bem como o reconhecimento do público.

Essas palavras não aumentaram a pressão sobre si?

Não sinto essa pressão. Dou sempre o meu melhor em cada projeto que me propõem. Estou tranquila. Continuo a fazer o meu trabalho da mesma maneira, com a mesma alegria, a mesma espontaneidade.

Não tem medo de defraudar as expectativas?

Sinto sempre o peso da responsabilidade, mas insegurança, medo, receio, não. Não sinto isso. Tenho é um sentido de responsabilidade muito apurado. Mas é só isso.

É muito crítica daquilo que faz?

Crítica? Hum... Estou muito atenta ao meu trabalho. Agora com o Extra não vou para a cama sem puxar para trás na box e ver a minha imagem, como é que estou com o teleponto. Gosto sempre de ver e se estiver bem autoelogio-me, e naquilo que está mal tento melhorar É uma excelente ajuda.

Liga às audiências?

Obviamente que não me passam ao lado. Quando faço um programa gosto de saber como foram as audiências.

Isso condiciona o seu trabalho?

Tenho de sentir que o trabalho correu bem e que dou o meu melhor, e obviamente que o melhor dos dois mundos é sentir que dei o meu melhor e que a estação colheu os frutos que queria. Mas isso é o melhor dos dois mundos. Uma coisa que é certa: tenho de sentir que estou a dar o meu melhor e que estou ali a dar o litro por aquela causa. Só assim é que estou de consciência tranquila.

Quando os números não são os que imaginava desmorona?

Não. Quando os números não são aquilo que idealizamos, claro que não gostamos, mas não é por isso que vamos baixar os braços. Temos de tentar perceber o que podemos melhorar, o que não esteve tão bem e para a frente é que é o caminho.

Depois do Extra vai dançar ao domingo.

Ai é? Conte-me tudo.

Vai dançar com as estrelas, ou melhor, ser uma das estrelas.

Não sabia.

De certeza?

Estas questões do Dança com as Estrelas tem de perguntar à TVI.

Mas é um projeto que gostaria de fazer?

Relativamente a isso é uma questão que deve perguntar à TVI. Quanto à dança em si... Sempre gostei de dançar, desde pequenina que danço, mas não me compete a mim falar.

A TVI celebra hoje 22 anos. O que significa para si fazer parte desta data?

Faz também hoje quatro anos que entrei para a TVI. Entrei no 18º aniversário do canal, apesar de só ter começado a trabalhar no dia seguinte. É uma data muito especial, porque é uma estação em que adoro trabalhar e não adoro só a estação, mas também as pessoas que aqui trabalham e tem um gostinho especial por eu celebrar os meus quatro anos de vida na TVI.

Já se sente uma estrela da TVI?

Uma estrela? Isso é muito cintilante. Sinto--me um dos rostos da TVI e muito feliz por isso. E sinto-o porque a TVI tem permitido que me sinta assim.

É na TVI que vê que pode crescer?

Sim. Se tenho crescido na TVI, espero continuar a crescer na TVI. Para já, estou na TVI, muito feliz, e espero continuar.

Vê-se a trabalhar noutra estação?

Neste momento estou muito bem na TVI, que me tem dado oportunidade de crescer. Gosto muito do que faço, de trabalhar e de estar num local em que há bom ambiente, e isso a TVI tem e proporciona também. Por isso, não reflito nem penso muito nessas coisas.

A verdade é que a sua vida deu um salto há cerca de um ano, numa altura em que se falou de que a SIC a poderia estar a aliciar com uma proposta. Existiu de facto esse convite?

Posso dizer não posso? [olha para o agente] Fico contente, feliz por perceber que pode haver outros canais interessados no meu trabalho, mas nunca recebi nenhum convite de outro canal.

Mas este rumor acabou por fazer que assinasse contrato com a TVI e começasse a apresentar um novo programa, à época Mais Vale à Tarde do Que Nunca...

Quem lhe disse? Isso são coisas que está a dizer, eu não sei nada disso.

Nos corredores de Queluz de Baixo falou--se de que este assédio podia ter sido um "empurrãozinho".

Não sei. Isso são coisas que você está a dizer.

Sente-se a nova nova menina bonita da TVI?

Não me sinto nada a menina bonita da TVI. Obviamente que as pessoas começaram a reparar mais em mim há relativamente pouco tempo, no último ano. É normal que esse tipo de citações possam surgir, mas não sinto nada disso.

O que é que a Isabel Silva tem para chegar onde chegou tão rapidamente?

Várias pessoas me fazem essa pergunta...

Uma estrelinha da sorte?

Às vezes ponho-me no lugar de espectadora e penso: "O que é que gostava de ver na TV?" E de facto gosto de ver naturalidade, espontaneidade e sentido de humor. Gosto que me provoquem emoções. E é isso que tento fazer. Uma das coisas de que me falam muito na rua é sobre a espontaneidade e o sentido de humor. Estudei, licenciei-me, sou pós-graduada, mas há coisas que nascem connosco. Sempre fui assim, muito espontânea, divertida, brincalhona. E por isso é que gosto tanto de entretenimento. E gosto muito de improviso, de nunca saber o que é que a pessoa me vai responder, de ter sempre uma resposta para dar a toda a gente.

E a Isabel tem sempre resposta na ponta da língua.

Até à data tenho tido [risos]. As pessoas gostam de ver isso, essa emoção, essa espontaneidade. E embora às vezes pensem que não, há um grande trabalho prévio antes de ir para a frente das câmaras, porque não é só chegar, ir, gravar... e logo se vê. Sou espontânea, mas antes estudei e sei as guide lines. Tenho de ter toda uma estrutura na minha cabeça para poder criar. Se não a tiver, não vou criar nada de jeito.

Sente que esta sua ascensão foi rápida de mais?

Não sinto que a minha ascensão tenha sido rápida de mais. As coisas têm acontecido naturalmente. Num curto de espaço de tempo, mas naturalmente, no tempo em que têm que acontecer. Termino um projeto, surge outro, não sinto que as coisas estejam a rolar rápido de mais. O que sei é que tenho os pés bem assentes na terra e que quero continuar a fazer um bom trabalho. E encaro todos os programas com a mesma responsabilidade do primeiro. Ainda hoje chego meia hora antes ao estúdio e leio tudo duas vezes antes de ir para o ar.

Não receia que as pessoas se cansem de si?

Porque haveriam de se cansar? Não temo que as pessoas se cansem de mim. Sou um ser humano como qualquer outro e espero que isso não aconteça, até porque tenho este lado de que as pessoas gostam, mas ainda tenho mais vertentes que quero mostrar e que quero que conheçam.

Há um ano imaginaria que hoje estaria como está?

Nunca pensei muito a longo prazo, no que vem a seguir, vivo o momento. Às vezes perguntam-me o que vem a seguir e respondo sempre: "Estou focada nisto." Daqui a um ano espero continuar a fazer o que estou a fazer. Mas não sei o que pode vir aí. O que já veio e o que está a acontecer é muito bom e espero que o percurso continue a ser esse, de crescimento.

É uma mulher ambiciosa?

Sou. Quero ser cada vez melhor naquilo que faço. Mas isso toda a gente devia querer. Ambiciosa no sentido de que que quero crescer cada vez mais, mas sempre com os pés bem assentes na terra. Não tenho uma ambição desmedida.

Quais são as suas ambições profissionais?

Continuar com o percurso que tenho feito. Sabe que costumo dizer que tenho sorte e também trabalhei para isso. Descobri a minha vocação. Há muitas pessoas que andam a vida inteira e não sabem qual é a sua vocação. E, além disso, faço exatamente aquilo que sempre quis fazer, que é comunicar. Gosto de comunicar de todas as formas e tenho um carinho especial pela televisão. Gosto de comunicar com as pessoas, de rir, de abraçar, de provocar emoções e a televisão permite-me fazer isso com palavras, com gestos, com expressões. Tenho muitos projetos dentro da minha cabeça e ainda bem que assim é. Há muita coisa que ainda quero fazer, mas na realidade o que pretendo, e o mais importante, é continuar exatamente com este percurso, e que continue a ser ascendente.

Já deu provas de que tem talento? Ou ainda tem algo a provar a alguém?

Em tudo na minha vida, gosto de sair da minha área de conforto, seja com os meus amigos, seja com a minha família, seja no desporto, seja no trabalho. Se continuar na área de conforto não evoluo, não cresço. Estou muito feliz com o que já conquistei, mas ainda tenho um longo percurso para percorrer e ainda bem que assim é. E espero chegar aos 60 ou 70 anos e sentir que ainda tenho mais coisas para aprender.

Já deu provas de que não é apenas uma menina bonita?

Acredito que não sou apenas uma menina bonita. Deixe-me dizer-lhe que fico muito lisonjeada por me considerar uma menina bonita, mas sei que não sou só uma menina bonita. Trabalho arduamente, gosto muito daquilo que faço, sou bastante perfeccionista, dou sempre o meu melhor e isso tem-se refletido nos projetos que tenho feito. Não quero ser apenas nem sou só uma menina bonita, não tenho dúvidas disso.

O mundo da televisão é mais ou menos competitivo do que aquilo que imaginava?

Sinceramente não acho que seja mais competitivo. Foco-me muito no meu trabalho e sou um bocado alheia ao que se está a passar à volta. Quero é fazer bem o meu trabalho e sentir-me bem com o meu trabalho.

É fácil ser-se bem-sucedida nesta área?

Ser bem-sucedida dá trabalho, mas isso é em qualquer área. Se se quer ser bem-sucedido tem que se ter trabalho. O que ajuda bastante é fazer exatamente aquilo que sempre se quis fazer e gostar do que se faz.

De que abdicou para estar hoje onde está?

Não abdiquei de nada. Fiz o meu trabalho. Abdiquei de umas horas de sono, só [risos].

A televisão é um mar de rosas?

Para mim a televisão é um local que me faz muito feliz. Se é um mar de rosas ou não, não sei, mas a verdade é que acordo todos os dias com vontade de ir trabalhar.

Nunca sentiu que há inveja neste meio?

Nunca, para lhe ser sincera. Pelo menos com as pessoas com quem lido, nunca senti nada disso. Sempre me trataram muito bem. Tenho excelentes colegas de trabalho e noto uma grande amizade entre todos nós, um grande espírito de ajuda. E isso vive-se muito na TVI, não só entre apresentadores.

Mas tem consciência de que existe muito disso no meio televisivo?

Claro que sim, mas existe neste meio como existe em tantos outros. E, se um dia isso me acontecer, há que aprender a saber separar as águas. E focar apenas naquilo que nos faz bem. Se um dia isso me acontecer é o que vou fazer. Vou só ter em conta tudo o que é construtivo e me pode ajudar a crescer. O que não interessa chuta-se para canto.

"Se calhar passei ao lado de uma grande carreira como atleta"

Sempre foi um desejo ser apresentadora?

Adoro fazer reportagem e não quero deixar de o fazer, mas, como é óbvio, a área da apresentação também é uma área que estou a adorar fazer e que quero continuar a explorar. Gosto muito de estar em estúdio, de falar para as pessoas, de comunicar. Da mesma forma que também gosto muito de estar na rua. O melhor é ter o melhor de dois mundos: ter a oportunidade de continuar a apresentar programas e a fazer reportagem.

É licenciada em Ciências da Comunicação. Nunca pensou exercer jornalismo?

Pensei, mas sempre soube que o que gostava mesmo de experimentar era a área de entretenimento. Comecei numa produtora e fazia peças institucionais. E gostava. E gosto muito de grandes reportagens, apesar de nunca ter feito. Mas o que gosto realmente de fazer é entretenimento.

Sempre teve uma vida ligada ao desporto. Que recordações guarda dos tempos em que praticava ginástica rítmica?

Era muito pequenina, tinha uns 5 anos. Guardo as melhores recordações de sempre. Tive uma infância muito feliz em Santa Maria de Lamas. E depois era muito giro porque íamos a imensas atuações, de norte a sul do país, fins de semana fora, todas juntas.

Faziam uma espécie de Somos Portugal, mas versão ginástica.

Era isso mesmo. Era muito giro, as atuações, os nossos fatinhos todos giros, com as fitas. A minha mãe acompanhava-me sempre. E também fui cheerleader no voleibol de praia, andei nas danças de salão, nas danças latinas. Dancei hip hop também, joguei ténis durante dois anos, cheguei a ir a campeonatos. E ainda joguei basquetebol durante seis ou sete anos. Fui federada.

Apesar de ser pequenina.

Mas olhe que nunca limpei bancos. Sabe que sou pequenina, mas era base, distribuía o jogo e era muito rápida.

Passou ao lado de uma grande carreira como atleta.

Sim. Se calhar. Sou muito focada, gosto muito de treinar. Mas eu adoro o que faço. Pensar que passei ao lado de uma grande carreira? Não. Eu adoro o que faço. Mas se puder conjugar isto com a vida saudável e a parte desportiva, melhor ainda.

E chegou a pensar seguir uma carreira ligada ao desporto?

Claro. Ponderei muitas vezes. Tenho a certeza de que se hoje não fosse repórter e apresentadora de televisão estaria claramente ligada a área do fitness e alimentação. Provavelmente, poderia ser uma atleta, dar aulas, quem sabe ter um ginásio.

Vê-se a apresentar um programa sobre vida saudável?

Porque não? Isso é a mesma coisa do que perguntar a um cego se ele quer ver. Adoro alimentação saudável e desporto. Ou um programa de maratonas, de corridas, também adorava.

De onde surgiu este gosto pela vida saudável?

Sempre fui uma mulher saudável. Agora é que o público começou a aperceber-se mais disso.

Porque agora está mais exposta.

Exatamente. Desde pequenina sempre tive uma alimentação saudável, que é muito parecida com as dos meus pais. Um dos meus pratos preferidos é garoupa cozida, com legumes cozidos, com um ovo cozido e azeite. Sempre fui educada dessa maneira e é efetivamente aquilo de que mais gosto, comida saudável. Mas claro que gosto de uma boa francesinha e obviamente que também como os meus doces... Mas sempre tive uma alimentação muito equilibrada. Agora, fruto também das redes sociais e de as pessoas me conhecerem cada vez mais, têm reparado mais nisso.

Pedem-lhe muitos conselhos?

Sim. É muito engraçado porque às vezes pensam que sou nutricionista ou professora de fitness. E eu não sou. Até tenho alguns receios porque me fazem perguntas como se fosse médica, algo que não sou. Pedem-me treinos específicos. Aquilo que partilho nas minhas redes sociais não é aquilo que as pessoas têm de fazer. Só estou a mostrar o meu estilo de vida. Mas há uma coisa que sinto que tenho provocado nas pessoas e isso a mim é o que me deixa mais feliz. Sinto que as tenho inspirado. Tenho pessoas que me dizem que graças a mim se estão a alimentar melhor, que me enviam mensagens a dizer isso. Não quero que façam o que eu faço, porque nem toda a gente gosta de correr, de nozes, de brócolos... Quero é que percebam que somos muito mais felizes quando temos uma vida saudável.

Imagina-se a lançar um projeto online relacionado com esta sua paixão?

Imagino-me a fazer tanta coisa. Os dias não podiam ter 24 horas, deviam ter 60. Há tanta coisa que gostava de fazer, mas não posso estar em todo o lado. Claro que gostava de poder dedicar-me ainda mais às minhas corridas, à minha alimentação, mas neste momento também tenho o meu trabalho, a minha profissão, que é a minha prioridade. Claro que era uma das coisas que também gostaria de fazer... mas quando houver tempo.

Com este boom da sua vida profissional não tem receio de prejudicar a sua vida pessoal?

Não, a minha vida pessoal está boa e recomenda-se. O meu dia é feito de pequenas conquistas e eu sou uma pessoa feliz. Sabe porquê? O meu trabalho é uma das minhas prioridades e adoro-o. Mas sou uma pessoa muito feliz porque quando saio da TVI vou com vontade de ir para casa. Sabe o que isso significa? Que sou feliz na TVI e tenho vontade de ir para casa porque também gosto de lá estar e da minha vida pessoal. Quando se sai do trabalho e não se quer ir para casa não é bom. Muita da energia que passo para o trabalho tem muito que ver com a minha vida pessoal. Se não tivesse a minha vida pessoal tão equilibrada, não seria tão equilibrada na minha vida profissional.

É uma mulher que mostra estar sempre alegre e já disse que a sua autoestima está sempre em cima. O que a faz desmoronar?

Tenho um truque. Sou uma pessoa feliz, mas não estou sempre no auge da felicidade, como qualquer outra pessoa. Vou tendo picos de felicidade e são esses picos que me dão equilíbrio e estabilidade. Quando há aqueles momentos em que não estou tão bem, tenho um truque que é falar comigo. Praticar exercício físico dá-me muito bem-estar. Pode não acreditar, mas às vezes, quando estou em baixo, uma das coisas que me ajudam a ficar bem é ir treinar, fazer desporto.

Antes de trabalhar na TVI foi gestora de produto. Como é que a gestora Isabel venderia o produto Isabel Silva?

A Isabel Silva um produto português. Pequenina, concentrada, como a sardinha. Pequenina em altura, mas de resto tudo é grande. Bem-disposta, divertida, gosta de criar momentos como este que criámos os dois, e é um produto muito bom, intemporal, um clássico que nunca passa de validade. Trabalhadora, humilde, no sentido de saber ouvir quando sabe que é para crescer e, no fundo, é uma pessoa muito simples.

Para todos os públicos.

Ah, sim, não sou gourmet.

E estaria à venda em qualquer supermercado?

Sim, sempre com um prazo de validade muito alargado. Mas um produto sempre fresco.

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